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quinta-feira, outubro 30, 2003

4 Haikais para o finado J.C.M. 

Fiquei aterrado
ouvindo um grilo cantar
dentro do elmo antigo.
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Na primeira chuva
do inverno mesmo o macaco
sonhará ter capa.
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Um gato maltês
pela racha na lareira
foi ter com a amada.
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Qual velha sem dentes
a cerejeira sem folhas
juvenil floresce.

(Matsuo Bashô - Japão, 1644-1694)

Como É Bom Não Ser Visto 

O cinema português morreu. Morreu ou querem matá-lo. De uma vez por todas. A morte pública dá-se através da cuidadosa escolha de cenas para o representar - optam por isolar as que, isoladas, se tornam apenas VAZIAS, e descontextualizam-nas, para garantir que pareçam apenas VAZIAS. E esta passa a ser a representação daquelas obras, daqueles realizadores, daqueles actores, daquelas ideias. Quem quererá que ninguém se sinta tentado a ir ver cinema português? A quem interessará que todos riam dele? Quem terá medo dele, tentando minimizá-lo, humilhá-lo? E por onde andará a herança deixada por JOÃO CÉSAR MONTEIRO, em vigor, em inteligência, em beleza, em LUSITANIDADE?? À espera de subsídio, sem interesse por cinema, ou certamente interessada mas vencida pelo ilustre bafio institucional, pelo compadrio e pela desesperança?

sexta-feira, outubro 24, 2003

Pulga com miopia 

Eu gostava de dizer mal de tudo, mas não vejo nada. É raro ver alguma coisa. Tudo é tão pouco. São poucas as coisas que conseguimos amar. Entre o tédio e o êxtase oscilamos, perante um mundo de estados incertos, entre a destruição e a criação.

quinta-feira, outubro 23, 2003

O Meu Lado 

Do lado mais escuro das barbas, espreito o resto da bicheza.






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