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terça-feira, agosto 10, 2004

I Want this Fantastic Passion 

Segundo os próprios, a intenção inicial dos Franz Ferdinand era fazer música que fizesse as raparigas dançar. Tão lacónico quanto isto. Conhecendo apenas o single "Darts of Pleasure", e sem grande entusiasmo mas com grande expectativa, fui vê-los ao Festival do Sudoeste, esperando ser arrebatada por um incontrolável bicho carpinteiro.

O que eu vi nos Franz Ferdinand foi, como podia ter previsto, muito mais do que isso. Isto porque no seu núcleo reside algo tão apelativo para o cérebro como para os pés. Estes escoceses, já considerados pela generalidade da crítica indie como a banda-revelação do ano, protagonizaram um dos melhores concertos que já vi. Muito se tem falado sobre a sua emergência como se de um milagre se tratasse - messianicamente chegaram para abrir caminho e mostrar que a Grã-Bretanha conseguirá combater a frente "White Strokes", que ainda é possível surpreender, que há definitivamente coisas NOVAS a fazer apesar de tudo já ter sido inventado. E isto apesar de constantemente nos fazerem lembrar alguma coisa remota... Hmmmmmm... Mas quem??... No concerto lembrei-me muitas vezes dos The Fall, até dos Joy Division, mas principalmente de Adam and the Ants. Outros lembraram-se dos Radiohead, dos The Cure, dos Pulp e dos Talking Heads. Mas a verdade é que os Franz Ferdinand estão à frente na sua própria onda (Art Wave?), e a deles é mesmo a mais fresca.

Saí do concerto com a impressão que estes quatro magricelas determinados iriam acabar por mudar de alguma maneira a face da música moderna. Insidiosamente subvertendo os clichés musicais dos anos 80, do pós-Punk, do Disco, do Pop, entraram de rompante nos tops de todo o mundo, trazendo de volta um tipo de rock cerebral 100% dançável. Há quem diga que têm o acento dramático que falta aos The Rapture e a energia galvanizante que falta aos Interpol. Eu não, a mim ninguém me apanha a dizer que aos Interpol falta alguma coisa. Fico-me por dizer que senti o acento e fui devidamente galvanizada pelos Franz Ferdinand e pela sonoridade única que lhes sai directamente do coração.


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