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segunda-feira, novembro 22, 2004

Triple X 



Pode parecer, mas a Peaches não é uma mulher fácil. A combinação do seu minimalismo electrónico com as guitarradas de rock puro e duro e as letras sexualmente explícitas fundem-se num resultado que não se parece com nada e que para alguns é de difícil audição. Nascida no Canadá e residente actualmente em Berlim, já abriu concertos de artistas tão diversos como Bjork, Queens of the Stone Age, Suede ou Marilyn Manson.

O primeiro álbum, "The Teaches of Peaches", custou a chegar ao conhecimento corrente, mas subrepticiamente foi-se instalando, passado de mão em mão como se da descoberta de um tesouro se tratasse até começar a ser tocado em estações de rádio universitárias, discotecas e bares por alguns iluminados. «Quando fiz a primeira parte da Bjork e cantei "Fuck the Pain Away", estava perante 17.000 pessoas e não podia acreditar que tantas sabiam a letra e cantavam comigo. Às vezes dizem-me «essa canção nunca passará na rádio nem na televisão, é demasiado sexual, é demasiado esquisita», mas é incrível como tanta gente a conhece. Quando as pessoas querem ouvir um certo tipo de música, procuram e acabam por encontrar.»

Os concertos da Peaches são lendários, quer pelas suas actuações electrizantes, ousadas e performativamente artísticas, quer pelos fãs raivosos que a eles ocorrem, mais que dispostos a "interagir", como pude constatar também no concerto de Lisboa em Dezembro de 2003. É ao vivo que ela melhor se revela, e o mundo dela é assim - suado, peganhento e peludo, um mundo orgânico e sexual que contrasta interessantemente com os princípios limpos e robóticos da sonoridade electrónica.



Diva do movimento electroclash, cabra desavergonhada ou compositora vanguardista, a sua música agrada a metálicos, punks, hip-hoppers, alternativos, feministas, frequentadores de bares gay, rockers em geral. Essencialmente, a Peaches é uma revelação para todos - incorpora o conceito de liberdade sexual, a negação de rótulos imagéticos e musicais, e uma atitude fodida.




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