quarta-feira, março 31, 2004
A Energia Transfiguradora do Lamento

«Se é verdade que a guitarra portuguesa tange sempre uma mágoa, Carlos Paredes, particularmente no tema de “Verdes Anos”, levou à excelência a energia transfiguradora que o lamento também pode conter. O arrepio que sentimos ao ouvi-lo não é inibidor de vontade, nem nos paralisa melancolicamente, antes nos projecta para um adiante que devemos saber conquistar. Quando ouço falar em “identidade nacional” proponho, ainda hoje, que se escute Carlos Paredes (...). Habitava nele, seguramente, um génio que lhe segredava por música as coordenadas fundadoras do ser português. Paredes punha-se então a desenhar as notas e interpretava-as para que, ouvindo-o, melhor nos pudéssemos ouvir.» (Maria João Seixas)
quarta-feira, março 24, 2004
O Fogo de Deus
...
V says:
Adieu
A says:
Ontem estive a trabalhar os trícepes, é chamado o músculo do adeus
Um trícepe para ti
V says:
E sabes que o dióspiro é o Fogo de Deus (dios+pyro)?
Um dióspiro para o teu coraçãozinho
A says:
Não digas mais nada
(...)
A says:
Quando vinha de comboio para Lisboa, olhei apenas uma vez pela janela, o céu estava escuro e as rochas junto à praia revelavam muito bem a dureza e a escuridão deste dia.
V says:
Hoje toda a gente me telefona e pergunta «Olá, estás boa?», ou «Como tem passado, tudo bem?», ou «Então, bem-disposta?». Parece que fazem de propósito. APETECE-ME FULMINÁ-LOS A TODOS.
Hoje tudo me irrita profundamente.
A says:
Não te zangues tanto contigo.
V says:
Respira, insiste, respira
A says:
"vai tudo correr bem", já dizia o R.
O R. sempre dizia esta frase ao final da noite.
V says:
Será esse então o nosso lema
A says:
acho muito bem
e vai mesmo
apetece-me dizer que gosto muito de ti
V says:
je t'embrasse
todos precisamos de fogo divino - pena que não é tempo de dióspiros.
x
V says:
Adieu
A says:
Ontem estive a trabalhar os trícepes, é chamado o músculo do adeus
Um trícepe para ti
V says:
E sabes que o dióspiro é o Fogo de Deus (dios+pyro)?
Um dióspiro para o teu coraçãozinho
A says:
Não digas mais nada
(...)
A says:
Quando vinha de comboio para Lisboa, olhei apenas uma vez pela janela, o céu estava escuro e as rochas junto à praia revelavam muito bem a dureza e a escuridão deste dia.
V says:
Hoje toda a gente me telefona e pergunta «Olá, estás boa?», ou «Como tem passado, tudo bem?», ou «Então, bem-disposta?». Parece que fazem de propósito. APETECE-ME FULMINÁ-LOS A TODOS.
Hoje tudo me irrita profundamente.
A says:
Não te zangues tanto contigo.
V says:
Respira, insiste, respira
A says:
"vai tudo correr bem", já dizia o R.
O R. sempre dizia esta frase ao final da noite.
V says:
Será esse então o nosso lema
A says:
acho muito bem
e vai mesmo
apetece-me dizer que gosto muito de ti
V says:
je t'embrasse
todos precisamos de fogo divino - pena que não é tempo de dióspiros.
terça-feira, março 23, 2004
Post de Escuta da Semana
«Quantus tremor est futurus»
01 - Wolfgang Amadeus Mozart - Requiem (Berlin Philharmonic Orchestra) (1989)
«the thought just occurred that we’re nobody’s children at all»
02 - David Bowie - The Man Who Sold The World (1970)
x
01 - Wolfgang Amadeus Mozart - Requiem (Berlin Philharmonic Orchestra) (1989)
«the thought just occurred that we’re nobody’s children at all»
02 - David Bowie - The Man Who Sold The World (1970)
quinta-feira, março 18, 2004
Pio!
Perdidos, inseguros, sem saber em que acreditar e desiludidos com a viciosa Democracia que hoje nos rege, juntemo-nos direitas, centros e esquerdas e, numa exaltação febril e desprovida de qualquer humildade ou senso, e só por um momento de desesperada euforia, louvemos a nossa Monarquia, as suas nobres glórias e as tantas alegrias que já nos deu nestes tantos séculos de História. É com mádida nostalgia que recordo os soberanos destemidos, os conquistadores, os caridosos, os enjeitados, os individualistas, os eruditos, os mercenários, os maluquinhos, os impotentes e, até, os titubeantes pios!
x
segunda-feira, março 15, 2004
Kate Bush ao vivo em Cacilhas
Ela já cá está. A nossa câmara indiscretamente o confirma, capturando um raro momento de tranquilidade em que aprecia o Tejo, entre um pires de percebes e uma ida a Porto Brandão para conhecer os pescadores locais e dar entrevistas. Espera-se um grande concerto.

x

sexta-feira, março 12, 2004
11
O Cherne declarou um dia de luto nacional. Pareceu-me excessivo. Um minuto de silêncio em todo o Portugal à hora marcada também. Pareceu-me excessivo talvez devido à paranóia que ultimamente me persegue e me segreda que um determinado jornal semanal de grande responsabilidade na formação das opiniões do país bem como as mais elevadas esferas políticas portuguesas parecem estar a desenvolver estratégias subliminares e ardilosas que visam a integração a longo prazo de Portugal em Espanha. Uma visão terrífica e medonha, certamente. Mas agora já não sei o que poderá ser excessivo. Luto e silêncio. Agora já não sei. Eles são nossos irmãos, e estão feridos. Ainda que o objectivo dos bombistas (Al-Qaeda, ETA, Aznar ou Bush) seja que a Europa clame um grito único mão-na-mão com os E.U., ou que a "solidariedade orgânica" volte a ser um fim em si mesmo, ou o de «implantar o terror, pois só nestas situações é o que homem olha para trás e vê como ao longo dos tempos se tem tornado execrável e sem identidade» (Ana dixit), tudo isto é abjecto. E desonroso. Sentimos o golpe desferido na carne dos nossos irmãos como se fosse na nossa. Choremos com eles, apenas. Mas ainda assim... sem luto e sem silêncio.
x
terça-feira, março 09, 2004
O Espaço da Separação
O mundo de Werther é o espaço da separação, a terra de ninguém, do desolado delírio, onde o amor quase não cresce, como uma planta carnívora sem raíz e, como único alimento - delicioso -, a melancolia desesperada, spleen, sehnsucht ou vague-à-l'âme. Werther ama Charlotte, sem dúvida, mas talvez precisamente porque ela não era livre. E ter-se-ía provavelmente suicidado mesmo sem a ter conhecido. Sophie, irmã de Charlotte, seria a mulher ideal para Werther, se Werther não fosse Werther. Protótipo do herói romântico, o meu anti-herói imaturo deseja apenas e precisamente aquilo que não pode ter, e não quer encontrar aquilo que procura.
x
sábado, março 06, 2004
Post de Escuta da Semana
«I destroy everyone I love / I destroy everything I touch» (Evil Heat, "Detroit")
01 - Primal Scream - Evil Heat (2002)
02 - U2 - Boy (1980)
03 - U2 - October (1981)
04 - Refused - The Shape of Punk to Come (1998)
05 - New Order - Get Ready (2001)
06 - Peaches - Fatherfucker (2003)
07 - Beethoven - Piano Works Vol. 1 - Sonatas nos. 1-3 by Artur Schnabel (2002)
08 - Masada - Vol. 7 - Zayin (1998)
09 - Mão Morta - Müller no Hotel Hessischer Hof (1997)
10 - Pretty Girls Make Graves - The New Romance (2003)
x
01 - Primal Scream - Evil Heat (2002)
02 - U2 - Boy (1980)
03 - U2 - October (1981)
04 - Refused - The Shape of Punk to Come (1998)
05 - New Order - Get Ready (2001)
06 - Peaches - Fatherfucker (2003)
07 - Beethoven - Piano Works Vol. 1 - Sonatas nos. 1-3 by Artur Schnabel (2002)
08 - Masada - Vol. 7 - Zayin (1998)
09 - Mão Morta - Müller no Hotel Hessischer Hof (1997)
10 - Pretty Girls Make Graves - The New Romance (2003)
quinta-feira, março 04, 2004
Rádio na Banheira

"He who makes a beast of himself gets rid of the pain of being a man."
(Dr. Samuel Johnson)
Um repórter desportivo e o seu advogado; A mala do carro cheia de drogas; Dois homens desgovernados numa auto-estrada; Cocaína; Alucinação; Rum; A cobertura jornalística duma corrida de motos no deserto; Cerveja com areia; Hunter S. Thompson, que fez na realidade esta "viagem"; Mescalina; Las Vegas; Éter; Quartos de hotel de pantanas; O coração do sonho americano; Erva; Surrealismo; Ácidos; Tiques; Tequila; Comprimidos multicolores; Heroína; Loucura; Isolamento; Paranóia; Johnny Depp; Benicio del Toro; Terry Gilliam:
Fear and Loathing in Las Vegas, um dos filmes que mais gostei de ver ultimamente.
P.S.: Ohhh Benicio, Benicio...
Linques
- Ludwig Van Beethoven
- Feed your iPod
- John Zorn
- Feed an Animal
- Nick Cave
- Adopta-me
- Tom Waits
- Faz-me um Bife
- Florista Carvera
- Escala-estantes
- O Inimigo Musical
- Literaturismo
- Tapistas
- Work in Progress
- TaxÃthi - Viagem à Grécia
- O Porto de Leixões
- Olisiponense
- Found the Strange City - Lisboa
- The Limey
- Chafarica Iconoclasta
- Heliosfera
- My Cat Hates You
- PhotoDogs
- Cães e Gatos
- S.O.S. Animal
- ANIMAL
- O Jumento
- Badly Drawn Boy
- Stanley Kubrick
- Anna Karina
- Mão Morta
- Schopenhauer
- O Céu sobre Berlim
- O Céu sobre Lisboa
- Baixa Pombalina
- Somatos
- Da Literatura
- Objecto Cardíaco
- Pilha-livros
- Ser Português (Ter que)
- A Natureza do Mal
- Swans
- Juramento sem Bandeira
- Hyde Park dos Pobrezinhos
- Planeta Reboque
- Planeta Pop
- Counterfire
- Laranja Amarga
- Clube de Fãs do Cid
- Queridos Anos 80
- Inépcia
Passado ciber-senil
- outubro 2003
- novembro 2003
- dezembro 2003
- janeiro 2004
- fevereiro 2004
- março 2004
- abril 2004
- maio 2004
- junho 2004
- julho 2004
- agosto 2004
- setembro 2004
- outubro 2004
- novembro 2004
- dezembro 2004
- janeiro 2005
- fevereiro 2005
- março 2005
- abril 2005
- maio 2005
- junho 2005
- julho 2005
- agosto 2005
- setembro 2005
- outubro 2005
- novembro 2005
- dezembro 2005
- janeiro 2006
- fevereiro 2006
- março 2006
- abril 2006
- junho 2006
- agosto 2006
- setembro 2006
- outubro 2006
- novembro 2006
- dezembro 2006
- janeiro 2007
- fevereiro 2007
- março 2007
- agosto 2007
- setembro 2007